O juízo de valor sobre os muitos Brasis seria o metrô? Cinco cidades do Brasil têm metrô: Rio, Recife, Belo Horizonte, Brasilia e a maior delas, São Paulo. Buenos Aires, com 3 vezes menos habitantes, tem mais estações de metrô. A Cidade do México tem quase 3 vezes mais quilômetros.
Alguém aí teria pensado em classificar o povo Argentino ou Mexicano pela vida dos usuários do metrô?
Evidentemente que não. Sociologia não se mede por usuário, caso contrário MacDonalds, Subway e Burger King seriam critérios usados pelo IBGE para calcular a qualidade de comida consumida em fast-food pelo Brasileiro, e o Americano seria o país deste tipo de comida, o que está muito longe da realidade.
De que trata o artigo? Afirma o autor, ao final: “O Brasil é realmente fascinante [?]. De tantas diferenças [‘caipiras’ com o ‘cosmopolitano’ nordestino no metrô?], não dá para criar discursos iguais e previsíveis. Parece que nossa grande tarefa é descobrir os princípios que regem nosso coração [?]. Num país cheio de “slogans” [?] e “frases feitas” [?], cabe a nós não perdermos o bonde da história. Ou seria o metrô?”.
O metrô, claro. Quem escreve com um computador cercado de matas e vacas, é um privilegiado bucólico, simples, singelo, inocente, ingênuo, puro, algo pastoril.
A riqueza não é gerada nem produzida aí, ainda que possa estar cercada de vaquinhas e cheiro de terra molhada, a visão é apenas idílica.
Quem vai para São Paulo, vai construir uma vida, ou perdida no passado (4 milhões de nordestinos), ou vai para construir a pujança que a torna detentora do maior PIB brasileiro.
Paulista reclama a mais não poder, mas de lá não sai. É um dos poucos lugares geradores de riqueza, de futuro.
Para o Paulistano, vaquinha é apenas a foto estampada na caixinha do leite pasteurizado. Um dia o metrô vai melhorar, mas a vaquinha vai continuar bucolicamente pastando.
O autor está certo, a previsibilidade na afirmação magistral de Nelson Rodrigues, é pura burrice. Ou como escrevera Millôr Fernandes, Millôr, “Humor é oposição, o resto é secos e molhados”. Mato e vaquinhas com secos e molhados.